GAME OVER #1


RESENHA

“O vício em jogos online é uma dura realidade. Uma quantidade cada vez maior de pessoas se isolam do mundo e vivem em segurança no mundo virtual.” (p. 147)
Os jogos online se tornaram um meio bastante usado pelos jovens para fugirem da realidade em que vivem. Nesses novos mundos que os games trazem, a única preocupação do jogador é vencer. A distração se torna algo surpreendente e os problemas da vida somem durante um tempo. Porem esses problemas somem apenas durante o tempo do jogo.

“Aqui eu não tenho sequer um nome. Sou a Yue. Apenas um nickname. E meu Nick não tem passado nem futuro. Ele só existe no presente. É só disso que preciso no momento. Por enquanto isso me basta.” (p. 53)
Em Game Over conhecemos Bia, uma jovem prestes há completar 18 anos, órfã de pais e tem apenas sua irmã mais velha, Lia, como família. Desde a morte dos pais, Bia se sente um peso na vida da irmã, já que Lia vive exclusivamente por elas. Como não era boa em se relacionar com as pessoas ao seu redor, ela descobriu os caminhos dos jogos online e se tornou uma jogadora profissional de League of legends. O jogo que era apenas uma válvula de escape virou algo a mais.

“Eu passei a vida inteira fugindo das pessoas. Pessoas despertam sensações. Sensações te deixam à mercê da dor.” (p. 63)
Após deixar a casa em que morava, e todo o seu passado para trás, Bia se mudou para uma gaming house a procura de vencer suas batalhas, quer sejam elas online ou da vida real. Mas a vida é uma grande escola, e através dela aprendemos e crescemos cotidianamente. Com Bia não seria diferente, a garota insegura, tímida e fechada em seu próprio mundo, se transformou em uma mulher forte, decidida e que sabe bem como se relacionar com as pessoas.

“Cuidar do bem estar do outro em qualquer circunstancia. Isso sim, é amor. Pequenos gestos que falam mais que milhões de declarações apaixonadas.” (p. 123)
Em uma caminhada de conquistas, batalhas e crescimento, Bia terá seu coração posto à prova em diversos momentos. Se entregar ao cara que balançou seus sentimentos pela primeira vez ou ao seu melhor amigo que é a única pessoa no mundo que a conhece e entende melhor do que ela mesma. No jogo existem estratégias, mas no amor não.

“Porque ele demonstrou por meio de atitudes, que quando amamos alguém verdadeiramente, torcemos pela felicidade do outro, mesmo que isso signifique a nossa infelicidade. Em uma relação, o respeito ao outro e aos seus desejos vale tanto quanto o amor propriamente dito. Amar é, acima de tudo. desejar o melhor para o outro. E ele fez isso.” (p. 132)
Quando um livro te arranca suspiros, risos, lagrimas e grandes emoções, ao finalizar a ultima pagina, um sentimento forte de amor invade o seu coração correto? Pois foi exatamente isso que aconteceu comigo quando acabei de ler Game Over. Que sou apaixonada pela escrita da Sheila Guedes, isso vocês já sabem, mas este ultimo livro se tornou o meu preferido dela.


Sheila deu vida a Bia, uma garota maravilhosa e que não tem noção do quanto é especial, uma das pessoas mais altruístas que eu já vi na vida, e uma pessoa que luta pelo seu lugar no mundo. A relação familiar entre Bia e sua irmã Lia, foi uma coisa extremamente bem trabalhada, sem spoilers é claro, mas ao longo da leitura eu pude perceber o quanto as duas se amam apesar de todas as coisas que acontecem entre elas. E sobre os erros? Somos seres humanos, e ninguém é perfeito. Isso é uma das coisas que amo nos livros da Sheila, ela cria personagens reais, pessoas que assim como nós, estão suscetíveis aos erros da vida.

“Sempre acreditamos que amar alguém é razão suficiente para não magoar, mas não é assim que funciona. As pessoas pisam na bola mesmo. Fodem com tudo, e isso independe do amor que sentem. Assim é a vida. Assim são as pessoas. Assim somos nós.” (p. 191)
Achei brilhante retratar um acontecimento verídico que manchou a história de nosso país. Amo a forma que a autora trabalha os personagens secundários, isso é algo mágico em um livro. Dá-nos a oportunidade de desenvolver pensamentos e idéias sobre a vida de outras pessoas além dos protagonistas. E uma personagem secundária me cativou tanto, que mal posso esperar pelo próximo livro, Play Again.

Quando eu digo que os nacionais vão dominar o mundo, vocês podem ter certeza que falo isso de coração. E Sheila Guedes minha querida, o mundo é seu. Obrigada por ter criado essa história maravilhosa, tocante e que mexeu comigo de uma forma única. E obrigada por ter presenteado ao seus amados leitores, uma personagem tão marcante quanto a Bia.

“As palavras tem um poder incrível de libertação. Não importa que ninguém jamais leia, o que importa é a sensação de ter colocado para fora tudo que está aprisionado ai dentro.” (p. 235)


Detalhes

Páginas: 278
Ano: 2018
Editora: Independente
Skoob

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