RESENHA
Eu poderia pensar em mil formas de começar essa resenha, mas
nenhuma me parece ser boa ou digna o suficiente. Creio que nenhum outro livro
me impactou tão profundamente quanto esse. Que tapa na cara eu ganhei! Todos os
meus conceitos foram jogados pelo ralo e se reconstruíram de uma forma única,
especial e admirável pelo John Green.
““Legal.” Balancei a cabeça compreensivamente, e isso como que liquidou a conversa. Eu poderia ter perguntado a respeito de Jesus Cristo Superstar, mas acontece que (1) eu não sabia do que se tratava, (2) não queria saber e (3) conversa-fiada nunca foi meu forte.” (página 4)
Somos apresentados a história de Miles Halter, um
adolescente no auge de seus 16 anos, e que decide mudar o rumo de sua vida
pacata e nem um pouco emocionante, indo atrás de um Grande Talvez.
Mas o que seria esse Grande Talvez? Miles era obcecado pelas
ultimas palavras que alguns famosos disseram antes de morrer e amava ler
biografias de escritores. O poeta François Rabelais já em seu leito de morte
disse as seguintes palavras: “saio em busca de um grande talvez”.
“Chega uma em que é preciso arrancar o Band-Aid. Dói, mas pelo menos acaba de uma vez e ficamos aliviados.” (página 7)
Deixando os pais, sua casa, e um numero 0 de amigos
verdadeiros na Flórida, ele decide ir para um internato no Alabama. 871 km e 9
horas de viagem para encarar um futuro novo. Miles não queria esperar a morte
chegar para procurar o seu Grande Talvez.
Nada poderia preparar o coração de Miles para o que a escola
preparatória de Culver Creek o aguardava. Novos rumos, novos lugares e
principalmente novas pessoas. Às vezes uma mudança na vida é capaz de transformar
uma pessoa.
“Eu queria ser uma dessas pessoas que tem uma seqüência a manter,que chamuscam o chão com sua intensidade. Mas agora, pelo menos, eu conhecia pessoas desse tipo, e elas precisavam de mim como um cometa precisa de uma cauda.” (página 51)
Logo no primeiro dia ele conhece o cara com quem dividiria o
dormitório: Chip, mais conhecido como Coronel. Um início de amizade surge entre
eles, e Coronel o leva para conhecer os seus amigos. E ao ser apresentado a
Alasca Young o mundo de Miles gira do avesso.
“Eu meu virei para o outro lado e puxei o edredom sobre a cabeça. Não sabia se podia confiar nela e já estava cansado de sua imprevisibilidade – fria num dia, meiga no outro. Eu preferia o Coronel: pelo menos, quando ele ficava mal-humorado, ele tinha um motivo.” (página 77)
Alasca é o tipo de garota única, aquelas que nascem a cada
100 anos e em locais distintos do mundo. Inteligente, espontânea, imprevisível,
louca, cheia de mudanças de humor e bastante atraente. Miles se vê encantado
por essa garota maravilhosa e espirituosa.
“Chega uma hora em que percebemos que nossos pais não podem salvar a si mesmos nem a nós, que todos os que atravessam as águas do tempo acabam sendo dragados pela ressaca – que, em suma, todos nós vamos.” (página 124)
Ele vê em Alasca o gatilho que precisava para impulsionar
sua descoberta em rumo ao Grande Talvez. Ela abre a mente de Miles para coisas
que ele jamais pensou em fazer, o tira da vida monótona ao qual ele esteve
preso por tantos anos e o mostra como o mundo é cheio de possibilidades.
Que livro é esse! Surpreendeu todas as minhas expectativas
de um modo que não encontro palavras adequadas o bastante para dizer. A
história mexeu tanto comigo que me senti parte da turma de Miles, Alasca,
Coronel, Takumi e Lara em Culver Creek, aprontando e fazendo trotes com eles,
sentada no buraco do fumo, comendo bufrito no refeitório da escola, ou
estudando pré-calculo no McDonald’s no horário do almoço.
“É o que a pessoa sentiria se perdesse os óculos, fosse até uma óptica e descobrisse que todos os óculos do mundo tinham se acabado e que, agora, ela teria de se virar sem eles.” (pagina 148)
Acompanhar o crescimento de Miles foi algo especial demais.
Vê-lo saindo do casulo onde viveu a vida toda recluso, sozinho e se transformar
em uma pessoa completamente diferente de quando chegou à escola. Tudo isso
graças aos amigos de verdade que essa ida ao Grande Talvez o deu.
Alasca é uma personagem que trás o pior e o melhor de todo
ser humano. Quem nunca agiu por impulso? Quem nunca teve um misto de emoções
conflitantes ou apenas não acordou em um dia bom? Quem nunca foi espirituoso o
suficiente para cometer todo o tipo de atitude perigosa e impensável? Todos nós
temos um pouco de Alasca por dentro. E eu definitivamente a levarei no coração
para o resto da vida.
“Ela me ensinou tudo o que eu sabia sobre lagostins, beijos, vinho tinto e poesia. Ela me mudou.” (página 176)
Preciso confessar algo a vocês: apaixonei-me profundamente
pela escrita do John Green e quero ler tudo o que esse homem publicou.
Infelizmente não tive um bom começo com um livro dele no passado, mas pretendo
mudar isso e reler com outra mente agora. Afinal, realmente lerei todos os
livros dele e até a lista de supermercado se aparecer.
Quem é você Alasca? é uma historia linda e que nos ensina o
quanto uma pessoa pode transformar a vida de outra, o quanto a amizade verdadeira
pode ser algo fantástico para qualquer ser humano, e que nunca devemos nos
acostumar no comodismo. Precisamos partir em busca do nosso Grande Talvez.
Detalhes
Páginas: 240
Autor: John Green
Editora: WMF Martins Fontes
Menina do céu, que resenha maravilhosa! Amei isso de ir em busca do seu Grande Talvez e a Alasca parece muito interessante. Gosto de personagens bem humanos como ela parece ser. Logo quero ter a oportunidade de ler esse livro s2
ResponderExcluirObrigada lindeza da minha vida! Não sabe como fico feliz com esse carinho seu. Todos deveríamos buscar o nosso Grande Talvez né kk esse livro me fez questionar isso. Alasca é uma das pessoas mais humanas que já conheci. Recomendo demais que leia sim <3
ExcluirNão imagina a sensação maravilhosa que me traz ler essa resenha. Obrigada por ter aceitado a leitura e por ter entrado de cabeça e vivido intensamente cada página Antes e Depois. Estava ansiosa demais por essa resenha e como sempre, amei amei e amei! Dividir o amor pelo Miles e a admiração pelo furacão Alasca contigo será uma das coisas mais preciosas que a nossa amizade me trouxe.
ResponderExcluirAmo você minha frô mais bela!
Beijo ♡
Obrigada por ter me incentivado a dar uma nova chance para esse autor fabuloso do John, não sabe como isso mudou a minha vida. Eu não consigo nem descrever em palavras o quanto eu amei esse livro e ele tocou fundo na minha alma. Nossa amizade é uma preciosidade enorme minha prin. Amo você sempre <3
ExcluirQue resenha maravilhosa. Fico tão feliz ao ler que deu uma nova oportunidade a escrita do João Verde.
ResponderExcluirE acredite, sua resenha ficou maravilhosa Kaká.
Realmente Alasca é aquele tipo de garota rara.
Lindas fotos como sempre né.
Beijo
Maravilhosa é você Cá! Obrigada de verdade por todo esse carinho lindo. Dar uma noca chance ao John foi uma das melhores coisas que já fiz haha
ExcluirRaposinha linda <3