As coisas que aprendi depois que eu morri


SINOPSE

Pense na sua vida. Pense em quem você é.
Pense em todos aqueles que você conhece e ama.
Pense no que você já viveu e ainda quer viver, e em todos os bons momentos.
Pense sobre tudo isso.
E agora… destrua.
A Terceira Guerra Mundial extinguiu o mundo que conhecemos atualmente. Não há mais governos, dinheiro, eletricidade ou cidades como as conhecíamos. A humanidade foi praticamente dizimada e, em meio a bombas nucleares e armas biológicas, a Nova Era se instalou e substituiu, sem volta, nossa realidade.
Perdidos e separados pelos eventos catastróficos, Mariana e Bernardo costumavam viver uma vida normal antes do apocalipse. Eram jovens que viviam na maior região metropolitana do Brasil, São Paulo, e nunca imaginariam que suas vidas seriam viradas de cabeça para baixo tão rapidamente. No começo da Guerra, Mariana e sua família vão para o interior, enquanto Bernardo permanece com sua família na capital. 
Entretanto, o Brasil é desolado e exterminado por pequenos bombardeios e armas biológicas, enquanto o mundo perde o último fio de compaixão e as nações se destroem completamente. 
Agora, após a Guerra, Mariana precisa voltar para Bernardo, precisa voltar para a capital, mesmo que não haja mais capital alguma. Por outro lado, Bernardo descobre-se infectado pela arma biológica e é levado para longe do ponto de encontro. Os dois precisam se reencontrar. Precisam resgatar o mínimo de sanidade possível. Precisam ter algum resquício do que era a vida antes de tudo. Afinal de contas, depois de tantas perdas, os dois só podem confiar que, um dia, irão se reencontrar no ponto marcado – a antiga escola de Mariana. 
Acompanhados do leitor, os dois buscam ensinar tudo o que aprenderam com a Guerra e tudo o que aprenderam depois que tudo morreu. Toda a sua vida precisa ser revista. Você aproveitou tudo mesmo? Quem você realmente é?
Tem certeza de suas respostas? Pense na sua vida.
E pense novamente.
E de novo.
E agora destrua.
Seja bem-vindo à Nova Era.



Minhas considerações

“... a única coisa de verdade sobre a humanidade, fato comprovado, é que vamos morrer, cada um de nós, e você não pode viver como se sua vida fosse um looping interminável e que tudo que você tem que fazer é trabalhar e manter as coisas até o dia seguinte..” (p. 22)
Gosto demais de livros que retratem um mundo pós-apocalíptico. Creio que isso nos faz pensar sobre a vida que temos, que embora possa não ser perfeita, ainda é melhor do que poderia ser se o mundo realmente estivesse enfrentando esse cenário macabro.

“Há uma coisa que notei há muito tempo, muito antes da guerra. Todo mundo trata amor como se fosse um produto.” (p. 31)
Não vemos apenas as dores de um planeta em pedaços, mas as dores que os seres humanos carregam na alma. As dores de Mariana e Bernardo, seus problemas, seus medos, suas lagrimas, e a esperança de se encontrarem novamente e se sentirem vivos. A história é narrada pelo ponto de vista desses dois personagens, um jovem casal que foi separado pelos eventos que culminaram na terceira guerra mundial.

“Ninguem dá a mínima para o bem psicológico. Tudo o que importava era o que os outros viam: você tem que estar em um bom relacionamento, você tem que ter um bom corpo e tem que ter uma boa carreira. Tudo isso tem que estar bem claro para Deus e o mundo nas suas redes sociais.” (p. 39)
Eu amo narrações assim, pois posso entender a história não apenas por um ponto de vista, e isso me abre um leque maior de imaginação. Em certas partes do livro, a narrativa possuiu uma forte característica de auto-ajuda, os personagens contavam suas histórias e acrescentavam lições instrutivas.

“Mas o que você faz depois do seu expediente? Você está condenado porque está preso em um sistema, não pode sair dele. Você tem que ganhar dinheiro, senão você morre.” (p. 75)
O cenário pós-apocalíptico descrito no livro é forte e intenso, em diversos momentos me perguntei o que o ser humano faria hoje em uma possível terceira guerra mundial. A tecnologia é muito maior do que era em 1914 ou 1939, com isso os estragos seriam bem maiores do que foram antigamente.

“- A quarta coisa que aprendi depois que eu morri, é que pessoas valem a pena.” (p. 91)
Eu sou uma pessoa sensível e empática, e com isso acabo sofrendo quando uma leitura me apresenta alguma cena forte, pesada e sofrida. Infelizmente esse livro me trouxe uma dessas cenas, e custei a me recuperar tamanho foi o choque.

“Sei que é difícil viver nessa geração em que pedem demais: vocês se sobrecarregam em vestibulares e trabalhos, vocês dão dinheiro demais para a industria da beleza e você não vale nada se não for formado em inglês e não souber puxar assunto com facilidade.” (p. 184)
Ah como eu torci pelo reencontro de Mariana e Bernardo acontecer logo, a cada provação que um deles passava, meu coração se apertava. Mas como não gosto de spoilers, não poderei contar mais sobre isso hehe, vocês precisaram ler para saberem.

“Nunca havia visto alguém ruim de verdade se arrepender. Achava que permaneciam ignorantes pela vida inteira.” (p. 190)


Detalhes

Páginas: 246
Ano: 2018
Editora: Killa
Skoob

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