RESENHA
A monarquia é a mais antiga forma de governo, o período da
história em que o rei estava acima de tudo e de todos. Ainda existem países que
utilizam essa forma de governo nos dias atuais, a Inglaterra é um vivo exemplo,
e há alguns dias atrás acompanhamos um de seus casamentos reais.
Nossa história começa em fevereiro de 1481, no reino de
Moreau-Leclerc em uma corte comandada pelo rei Felipe III e seu irmão
Guilherme. Casamentos naquela época eram alvo de alianças políticas, e assim a
princesa Giulia de Nápoles, chegou para assumir o posto de rainha ao lado de
Felipe, e consolidar mais uma aliança para o reino.
"- Gosta de ler?
- Não há nada no mundo que eu aprecie mais." (p. 43)
O amor entre um casamento arranjado era algo raro. Gerar um
herdeiro ao trono se tornava a única preocupação. Mas Giulia se apaixonou
profundamente por Felipe, ele era um marido atencioso, carinhoso, e a fazia se
sentir nas nuvens. Como sabemos, na vida nem tudo são flores, e naquela época era
uma prática comum os reis possuírem amantes, e muito antes de casar-se com
Giulia, Felipe desfrutava da companhia de sua amante Eleonora, uma mulher bela,
ambiciosa e que fará de tudo para manter o seu posto de preferida com o rei.
Apesar de todos os ensinamentos que Giulia teve ao longo dos
anos, sobre como ser uma boa esposa, ver o homem que ama nos braços de outra, é
algo que destrói o seu coração. Mas tudo muda quando a princesa Branca, irmã de
Felipe, vem visitá-los e ensina a Giulia como afastar de vez aquela que
pretende roubar o seu lugar como rainha legitima de Moreau-Leclerc.
"- Vamos! Chega de tristeza. Como bem ensinou minha mãe, temos que ser felizes, pois a vida passa muito depressa. Sempre tendo em mente nossas obrigações, devemos tirar o melhor do que nos é oferecido..." (p. 80)
Logo nas primeiras páginas de Incondicional, já me despedi
de um personagem bastante amado em Sublime. Em decorrência desse fato, me
preparei para o que a leitura reservaria ao meu coração. Mas eu estava
redondamente enganada, nada poderia me preparar para o quanto esse livro me
impactaria profundamente. Que história envolvente, emocionante e espirituosa.
Guerras e conflitos retratados de uma maneira tão real que
me senti dentro dos campos de batalhas e nas decisões políticas. A
sensibilidade que a autora possui para escrever cenas de partir o coração é
espetacular, me senti tão envolvida durante a leitura, que não estava preparada
para alguns acontecimentos. Precisei parar para respirar e me convencer que era
apenas um livro, que as coisas não estavam acontecendo na vida real.
"Várias pessoas se amontoavam para vê-los. Eram fascinados pela imagem quase divina daqueles seres tão imponentes, com jóias reluzindo ao sol, que andavam com elegância no caminho aberto pelos soldados vestidos em negro. A cada aceno da rainha ou da princesa, os súditos iam ao delírio, como se tivessem recebido uma benção." (p.104)
Amei acompanhar o desenvolvimento do relacionamento entre
Felipe e Giulia, não poderei me ater a maiores detalhes por causa dos malditos
spoilers haha, mas o amor é uma das coisas mais surreais do universo e a
história faz jus ao nome do livro. A presença de Branca na narrativa me aqueceu
o coração, a personalidade dela é extremamente parecida com uma personagem de
Sublime que eu me apeguei profundamente. A relação de amor entre Felipe e seu
irmão Guilherme, é algo que levarei comigo pelo resto da vida.
Meus caros leitores, quando um autor ganha o meu coração,
creio que se torna uma relação para a vida toda. Michelli já o havia ganhado
com Sublime, mas após finalizar as ultimas páginas de Incondicional, eu tive a
certeza de que realmente lerei tudo o que essa mulher talentosa escrever. Se
preparem para uma história maravilhosa, personagens impactantes e um enredo
extremamente bem construído.
"- Uma mulher gosta da sensação de segurança, de ter alguém que faria qualquer coisa para protegê-la, que demonstre se importar com ela acima de tudo..." (p. 190)
Páginas: 242
Ano: 2016
Publicação indepentende
Skoob
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